A dívida do Palmeiras com a Crefisa baixou da casa de R$ 10 milhões no início do segundo semestre. De acordo com o balancete de julho, o clube precisa pagar R$ 9,3 milhões para a patrocinadora, que tem contrato até dezembro. A projeção é que o valor seja quitado até o fim deste ano – em julho, o clube devolveu pouco mais de R$ 2 milhões. Neste momento, a dívida já está zerada no passivo não circulante (a longo prazo), restando apenas no circulante (a curto prazo).
Os valores da dívida da Crefisa são referentes a contratações de atletas com aporte da patrocinadora, como as de Luan, Guerra, Carlos Eduardo, Dudu e Borja, por exemplo. Na época, em 2015, o clube se comprometeu a devolver os valores investidos. Em 2018, ficou documentado que o Palmeiras precisaria repor a quantia com acréscimo de juros baseados na taxa de CDI (Certificado de Depósito Interbancário) no seguinte acordo: se algum dos jogadores contratados com o aporte fosse negociado, o Verdão deveria devolver o valor com juros ao ser pago pela transferência.
Se a quantia fosse menor que a investida, porém, ou se o atleta deixasse o clube ao fim do contrato, o Palmeiras teria dois anos para pagar o que deve. E um possível lucro ficaria com o clube. Além dessas negociações, o Palmeiras tem utilizado também os bônus pagos pela empresa após conquistas de títulos para abater o débito.
Foi o aconteceu nos títulos brasileiros de 2022 e 2023, por exemplo, e no Paulista de 2024, com a premiação de R$ 4 milhões da Crefisa. No Brasileiro, são R$ 12 milhões de prêmio. A dívida chegou a atingir R$ 172,1 milhões no fim de 2019 e desde então vem reduzindo, porque o Palmeiras também não utiliza mais aportes da empresa para contratar reforços.
Relação vive momento decisivo
O Palmeiras se aproxima da definição sobre quais serão os patrocinadores do time masculino para 2025. O clube está ouvindo empresas interessadas em estampar a marca no uniforme. O contrato com Crefisa e Faculdade das Américas termina em dezembro, e as empresas podem igualar ofertas de concorrentes.
Após a avaliação do departamento de marketing sobre as candidatas, a presidente Leila Pereira disse que iria submeter as ofertas ao Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), que tem conselheiros da situação em sua maioria. O atual contrato rende R$ 81 milhões fixos por temporada ao Palmeiras, podendo chegar a R$ 120 milhões a depender dos bônus por conquistas da equipe. Crefisa e FAM têm exclusividade no uniforme palmeirense.
Este é o valor aplicado desde 2019 e foi mantido sem reajuste na renovação de 2021 para todas as áreas do uniforme. Parte da torcida, portanto, tem questionado a manutenção dos valores do contrato nos últimos anos, enquanto clubes rivais conseguiram acordos melhores recentemente.
A diretoria evita falar em números, mas diz que a concorrência responderá se a camisa alviverde vale mais do que o vínculo em vigência. O clube recebeu R$ 83,9 milhões com o patrocínio máster, de acordo com o balanço financeiro de 2023. Crefisa e FAM patrocinam o clube desde 2015. A relação é um dos pontos que opositores mais criticam Leila, por conflito de interesses, pois a dirigente é a dona das empresas e comanda o time, também.
Candidata à reeleição, Leila já fala abertamente que seria “saudável” ao clube fechar com outra marca.
Foto: Fabio Menotti/Agência Palmeiras